Aprender uma língua nova é como aprender música: requer alguns esforços, mas é extremamente gratificante e a viagem pode ser tão divertida como a chegada, podendo isto ser confirmado por qualquer pessoa que se tenha feito a esta estrada.
Celia, uma espanhola que fala quatro línguas, afirma: «Para mim, aprender uma língua serve simplesmente para comunicar com pessoas de outras partes do mundo e de outras culturas, o que é muito importante dada a minha paixão por viagens. Adoro aprender línguas, embora às vezes seja um pouco frustrante notar que, apesar de já ter um bom domínio da língua, ainda tem imenso que aprender.»
Para além disso, as profissões associadas a línguas, tais como a tradução e a interpretação, são boas opções de carreira em toda a União Europeia. Os linguistas têm, frequentemente, oportunidades de carreira em vários sectores, nomeadamente no turismo, na edição e em organizações ou empresas multinacionais.
O conhecimento de uma língua pode ajudar a revelar a cultura e a sociedade de outros países.
Na verdade, uma nova língua pode ser considerada como uma terra verbal de oportunidades. Como diz Frank Smith, psicolinguista: «Uma língua coloca-o no corredor da vida. Duas línguas abrem todas as portas do caminho.»
O conhecimento de línguas estrangeiras é um meio de compreensão importante entre as pessoas de várias sociedades. À medida que o mundo vai ficando mais pequeno para se tornar numa aldeia global, e vai crescen-
do aos poucos para se transformar numa comunidade internacional de humanidade, mais premente se torna a necessidade de diálogo e compreensão intercultural. Mas uma única língua franca não basta, como o refere Nelson Mandela, o líder sul-africano que personificou a liberdade: «Se falar com alguém numa língua que ele entende, entrará na sua cabeça. Se falar com esse alguém na língua dele, entrará no seu coração».
«Quem não sabe línguas estrangeiras, não sabe nada da própria língua»
Máximas e Reflexões IV 237: Wer fremde Sprachen nicht kennt, weifô nichts von seiner eigenen.
A essência da escrita
Algumas pessoas atingem um tal domínio de outra língua que até conseguem escrever nela. Um dos exemplos mais conhecidos disso era Joseph Conrad, um escritor polaco considerado por muitos como um dos melhores romancistas anglófonos de sempre. Este feito é ainda mais excepcional se se considerar que Conrad só aprendeu inglês quando estava quase a chegar aos 30 anos, aquando das suas viagens com a marinha mercante britânica.A lista de escritores multilingues inclui também o romancista franco-checo Milan Kundera, que fazia pessoalmente a revisão das traduções francesas dos seus livros, e o escritor russo-americano Vladimir Nabokov que redigiu os seus primeiros nove romances em russo, antes de criar alguns dos maiores clássicos da era moderna em língua inglesa.
Um exemplo contemporâneo é Vassilis Alexakis que escreve em francês e em grego. Em 2007, recebeu o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa, um dos prémios literários mais prestigiados de França. Um dos seus trabalhos mais conhecidos, Les mots étrangers (As Palavras Estrangeiras),relata uma viagem cultural e linguística pela França, Grécia e pela República Centro-Africana, onde o narrador decide aprender a principal língua do país, o sango.